Vítimas do Sistema
Até que ponto necessitamos de líderes? Ou quais somos vitimas de um sistema cruel? Somos responsáveis pelo nosso sucesso ou fracasso?
Uma nova perspectiva de líder torna-se vital neste tempo de crise, segundo alguns autores esse líder é responsável pela equipe, ético e comprometido com os resultado, mas se lermos os livros sobre liderança, vemos que este atributos são "eternos", e o que o grande diferencial de hoje é que os valores morais necessitam ser retomados, após tantos escândalos e fraudes ocorridos no sistema financeiro. Pode-se ver que a coordenação, a delimitação de objetivos precisos, gestão e motivação da equipe são fundamentais, lideres então são necessários, mas o tão esperado resultado, não pode ser obtido se as pessoas já desistiram de trabalhar em equipe, crescer e produzirem.
Muitas pessoas ao nosso redor seja no trabalho, ou em outro ambiente social, queixam-se constantemente da vida. Seja pelo chefe "explorador", a empresa que remunera mal, ou que o talento nunca foi reconhecido, ou que a crise fechou novas oportunidades. Estas pessoas poderiam ser chamadas de vítimas da "vida", sentem-se frustradas por não terem conseguido o que queriam e não terem alcançado o tão sonhado sucesso, e ao serem vítimas querem que o culpado seja condenado seja quem for, o pior que muitos não sabem dizer quem é o culpado pelo fracasso. São pessoas reativas, pois não assumem a responsabilidade por suas atitudes, são pessoas que não se qualificaram, que perderam oportunidades por medo de mudar, não buscaram desenvolvimento pessoal e profissional, não participam das atividades da empresa e pelo contrario criticam qualquer atitude de inovação, não aceitam a mudança e não conseguem ver que a mudança é o que temos de mais constante em nosso tempo, possuem uma visão de mundo limitada reconhecendo o cotidiano como absoluto. No final das contas dificilmente conseguiriam o sucesso com essas atitudes. Como toda vítima necessitam de achar o culpado, e desta forma começam a se queixar das atitudes da empresa que é responsável pelo sua vida ruim, a culpa pode ser pulverizada entre salário baixo, insensibilidade da direção da empresa, falta de oportunidades de crescimento, superiores incompetentes e exploradores, entre outras dez mil razões possíveis.
Acham que se mudarem de emprego os problemas se resolveriam, mas descobrem depois da mudança que tudo continua o mesmo.
Com essa visão de vítimas do sistema, o resultado é a insatisfação e a insatisfação leva a revolta. E essa revolta é expressa através de constantes queixas e queda de produtividade, em longas e desgastantes discussões com chefes e colegas e conseqüentemente a recusa de cumprir as tarefas requisitadas, nas constantes ameaças de saírem da empresa ou de falar algumas "verdades" aos superiores. Estas atitudes levam a desagregação da equipe e perda de todo o trabalho feito pelo líder.
Então o grande ponto para o líder é identificar tais "vítimas", e provocar a mudança de atitude e de visão enfim de mostrar que o problema não é o ambiente mas sim as atitudes individuais. Não que isto seja uma tarefa simples ou que sempre o líder terá êxito nesta empreitada, mas a verdadeira liderança é mostrar os caminhos possíveis e levar as pessoas a trilhá-los, desta forma buscando a satisfação pessoal.
Por isso o líder muitas vezes não é culpado pelo fracasso da equipe, e não pode ser responsabilizado pelo fracasso pessoal de nenhum individuo, devido a não conseguir neutralizar ou reveter a situação das "vítimas", o que gera constantes crises dentro da equipe e a insatisfação generalizada.
Desta forma necessitamos reavaliarmos nossa posição dentro da equipe e dentro da empresa e buscarmos a automotivação, para que o caminho do sucesso não seja fechado, e não percamos a perspectiva de um futuro melhor.
José A. do N. Neto